No voo a vela é comum escutarmos os pilotos falando “aumentei ou reduzi o anel de MacCready”. A Teoria de MacCready mostra qual velocidade ótima, baseada na polar do nosso planador, que devemos voar para uma dada situação de ascendentes ou descendentes.
Como funciona o Anel de MacCready
Basicamente, devemos voar mais rápido quando encontramos uma descendente e mais lento quando encontramos uma ascendente. É como se tivéssemos que passar por um corredor onde existem várias goteiras (as descendentes): queremos nos molhar menos, e por isso apertamos o passo quando as goteiras nos atingem. A perda de altura que sofremos devido ao aumento da velocidade é menor que a perda de altura que sofreríamos se voássemos mais lentos, porém mais tempo, expostos às descendentes.
Estas velocidades ótimas são destacadas em um anel giratório, que por sua vez é colocado sobre um variômetro analógico, que por fim nos permite otimizar a velocidade em função dos valores médios das térmicas do dia.
Qual velocidade colocar?
Colocamos no anel de MacCready qual a velocidade média de subida em térmica que esperamos encontrar mais adiante. Quanto maior esse número, mais veloz estamos voando entre as térmicas. Assim, “colocar MacCready zero” significa que estamos em situação complicada e queremos atingir o maior planeio possível, enquanto na outra ponta um MacCready 5,0 m/s mostra que as coisas estão realmente fantásticas.
Na figura acima o anel foi colocado em zero (planeio final apertado, por exemplo). Neste caso / planador / carga alar, o anel nos diz que, se encontrarmos uma descendente de -1,5 m/s, devemos voar a 120 km/h.
A construção do Anel de MacCready já foi abordada em vários livros, mas somente para ilustrar, o que gravamos nesse anel é o que seria a indicação do variômetro (afundamento da massa de ar + afundamento do planador) para uma dada velocidade, ou Si=Wm+Ws, on Si = indicação de afundamento no variômetro (valor a ser colocado no anel); Wm = afundamento da massa de ar; Ws = afundamento do planador em ar calmo. Estes dados são obtidos a partir da polar de cada planador, traçando uma tangente da origem até onde essa toca a polar.
Fonte: Voando Mais Rápido e Mais Longe – Henrique Navarro – Ed. ASA